segunda-feira, 17 de setembro de 2012

Deslizes

Olá pessoal,

Semana retrasada foi dia de consulta com a nutricionista e confesso que não foi nada do que eu imaginava.
Cheguei com os meus diários alimentares (qualquer dia escrevo sobre eles) esperando que ela fosse começar a falar: 'diminua a cerveja, os doces, o arroz, etc'. Ansiosa por isso, já comecei a justificar o que tinha comido,  o que achava que tinha que mudar. A minha surpresa foi quando ela mudou a direção da  consulta e começou a ler na minha ficha de anamnese os motivos pelo qual eu comia. Eu assinalei lá que comia por ansiedade, felicidade, tristeza e estresse.


Ela começou a me fazer perguntas de o que eu sinto quando eu como, como foi a minha infância, o que eu sentia quando era chamada de gordinha pelas outras crianças e como a minha família reagia.
Achei interessante analisar todas as vezes que eu comia e achava que não deveria estar comendo aquilo. Crei uma "tabela dos deslizes" para deixar registrado o que eu sentia toda a vez que estava comendo algo que poderia estar me engordando.
Ainda não contei essa nova ideia para a nutricionista porque a consulta será daqui uns dias, tomara que ela goste da ideia.


Outra coisa que achei interessante foi a retirada da culpa da obesidade. Por muitas vezes obesidade é sinônimo de relaxo. Confesso que pensava assim até o dia da consulta. Pensava que eu estava acima do peso porque era incapaz de conseguir diminuir a quantidade de cerveja, de porções, de doces da minha rotina.
Coloquei na minha ficha que achava que estava preparada para emagrecer porque tinha força de vontade. Achei que ela ficaria feliz em ler isso e realmente achei que dessa vez conseguiria tirar todos os exageros da minha alimentação. Foi aí que me enganei de novo. Ela descordou comigo e fez a seguinte experiência: me mandou segurar a respiração até o máximo que eu conseguise. Quando soltei o ar, ela perguntou: "por que você voltou a respirar?" e eu disse: " porque não conseguia mais segurar" e ela disse: "precisou de força de vontade para isso?". Foi aí que eu percebi e vi que a minha vontade de comer não era por incapacidade e sim algo fisiológico.

Fui para casa pensando que isso poderia me fazer comer mais do que eu estava comendo.
Conversei com algumas amigas sobre o caso e elas me fizeram lembrar que esse tempo inteiro eu senti culpa e nem por isso consegui emagrecer.

Fiquei feliz por entender que muitas vezes nos sentimos culpadas por comer algo que sabemos que não deveríamos estar comendo, gerando uma sensação de derrota, o que gera mais ansiedade e nos faz comer mais ainda.

E está dando certo, não me sinto culpada por comer, não estou comendo mais por isso e estou tentando entender os motivos pelo qual eu como. Muitas vezes eles são apenas "vontade", mas muitas outras eu estou sentindo algo diferente.

Ainda não sei como isso vai ser com a nutricionista, espero que ela ache legal.

É isso, não somos pior que ninguém por sermos obesos. Se temos de emagrecer é porque queremos nos sentir melhores com nós mesmos.

Beijos!
P.s: achei que desse para colocar a tabela aqui anexada, mas não dá. Colocarei ela no blog daqui uns dias.

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